“Eternal
Rise” (2013), primeiro EP da banda Hazy, chegou sem muito alarde e aos poucos
foi ganhando destaque no underground. Juntando características do Death Metal
com melodia e ‘groove’, o trabalho vem chamando atenção até hoje. Atualmente
formada por Diego Sachi (vocal), Eduardo Gochi (baixo), Marcio Lucca (bateria)
e Vinicius Marcel (guitarra), a banda agora prepara o debut. Falamos com Sachi
sobre o EP, além de outros assuntos como a própria preparação do álbum de
estreia.
No seu primeiro EP “Eternal Rise” o
Hazy mostra uma sonoridade focada no Death Metal, mas que não se restringe a
isso já que há melodia e ‘groove’ nas composições. Essa foi a intenção da banda
desde o início?
Diego Sachi:
Bom, primeiro eu gostaria de te agradecer mais uma vez pela oportunidade e pelo
apoio que você tem dado a HAZY. É sempre bom saber que temos ótimos
profissionais com quem podemos contar. Não. Nossa única intenção foi fazer um
som honesto, que nós ouviríamos nas nossas casas e compraríamos CDs. O
direcionamento que o som foi tomando é o reflexo de todas as nossas
influências. Todos nós na banda temos influências diferentes, alguns mais
extremos e outros nem tanto, então isso se refletiu no nosso som. Foi algo que
fluiu naturalmente e não programado, sabe?
E como você definiria a sonoridade
da banda?
Diego:
Nós nunca tentamos definir o nosso som. Nós simplesmente fazemos Metal. O legal
é que essa “definição” muda de acordo com a pessoa que ouve.
Normalmente
quando você se define você automaticamente não se permite caminhar por outros
lugares, sabe? Então você cria um estilo e fica difícil por agregar novos
elementos a música. O bom disso é que a definição vem das pessoas. Muitas
pessoas quando nos ouvem falam que fazemos Thrash Metal outras que nós fazemos
Death... e eu já li resenhas que falavam que nós fazíamos um “Groove Metal” (risos).
Então, simplesmente fazemos Metal.
Essa inclusão de elementos
melódicos e ‘groove’ pode ser arriscada pra uma banda que aposta no Death
Metal. Vocês procuraram equilibrar isso ou tiveram esse cuidado na hora de
compor/executar as composições de “Eternal Rise”?
Diego: O
“groove” já se tornou uma característica da nossa música, mas nós procuramos
nunca exagerar em nada que fazemos. Nem muito nem pouco. O suficiente para dar
outras nuances na música. Gostamos de algo mais pesado, mais direto, mas ao
mesmo tempo sentimos falta disso em algumas músicas que ouvimos de outras
bandas. É arriscado sim, mas é algo que
acabou se tornando natural no nosso som, saca? Não planejamos isso quando
começamos a compor a música isso simplesmente aparece naturalmente.
Apesar
de ser o primeiro trabalho e a banda ser relativamente nova, “Eternal Rise”
mostra uma banda madura. Como foi compor este trabalho e a que você acha que
deve este fato?
Diego:
Quando começamos a compor o “Eternal Rise” eu era praticamente um estranho na
banda. Os outros membros já se conheciam há mais de 10 anos. Eles tinham mais
entrosamento e conheciam cada um seus limites e seus instrumentos e comigo foi
diferente. Eles não me conheciam, tão pouco minha voz e tudo que eu poderia
dar. Então, a medida em que as músicas iam saindo nós íamos nos conhecendo e
automaticamente sabendo o que poderíamos “extrair” um do outro. Mas foi um
processo trabalhoso, porém prazeroso. Era praticamente a primeira vez que eu via
uma composição minha tomar forma e ser tocada por outras pessoas. Acredito que
a maturidade da banda se dá muito à maneira como encaramos o nosso trabalho.
Nós não vemos a HAZY como uma brincadeira de garagem e embora isso não nos de
rios de dinheiro, nós acreditamos no que fazemos e fazemos tudo com muita
seriedade. Se as pessoas percebem que
isto pra você é apenas uma brincadeira, elas passam a não dar o respeito que a
banda merece e isso é muito ruim.
As
músicas mostram um bom equilíbrio entre si dificultando destacar uma apenas.
Diego:
Isto
eu recebo como elogio. (risos) Nós tentamos fazer um som coerente e manter o
mesmo nível entre todas as músicas. Não é legal quando você ouve um CD, ele
começa maravilhoso e vai ficando sem graça durante as músicas e fica sem
energia no final. Nós trabalhamos as nossas músicas de maneira mais
“matemática” então tentamos nunca deixar com que elas fiquem desconexas e
coisas do tipo.
O
disco contou com a produção de Marcelo Pompu e Heros Trench. Como foi trabalhar
com eles já no primeiro EP?
Diego:
Cara, poder trabalhar com pessoas que são ícones do Metal Nacional é sempre um
prazer. É acima de tudo, um grande aprendizado para nós que estamos começando
agora. Imagina o que é receber conselhos de uma pessoa que tem 40 anos só de
Metal. Foi sensacional. Eles nos deram total suporte e liberdade para
regravarmos tudo aquilo que fosse necessário e eu acho que o resultado final
foi muito positivo. Sem falar que, o Marcelo Pompeu é uma figura, engraçado pra
caramba. Sem sombra de dúvidas é onde pretendemos gravar o nosso full.
E
como você vê “Eternal Rise” hoje, já que o disco foi lançado em 2013?
Diego:
Eu
vejo como um conjunto bem feito. Tivemos a sorte de trabalhar com excelentes
profissionais que nos ajudaram muito... Desde a arte da capa, o design até
mesmo a gravação/mixagem/masterização, mas hoje eu sei que este trabalho
representa o começo da banda. Nossas composições hoje são diferentes. Elas
mantém a mesma essência porque isso é algo particular nosso, mas nós nos
desenvolvemos como músicos e isso refletiu nas nossas novas músicas. Não
tivemos uma mudança brusca mas ela é notável quando se ouve um material novo
nosso.
Qual
a repercussão do EP tanto por parte da crítica quanto por parte do público? Ele
chegou a ser lançado e obter resposta do exterior?
Diego:
Sempre foi muito boa. Quando lançamos o teaser, já recebemos algumas boas
criticas pelo teaser e o mesmo aconteceu quando soltamos a capa. Quando de fato
lançamos o EP, ai que tudo mudou. A galera começou a reconhecer mais nosso
trabalho. Sempre recebemos boas criticas tanto de sites especializados como de
fãs de Metal. Ele não foi oficialmente lançado no exterior, mas algumas cópias
foram para lá e algumas outras vão para a Alemanha e para Nova York agora em
Dezembro. Mas nós recebemos mensagens de fora do Brasil. Nossa primeira venda
de EP digital foi de um comprador da Alemanha. Mas estamos em negociação para
que ele possa ser relançado em outros a Países. Acredito que em menos de um mês
tudo estará resolvido.
Provavelmente
já estão trabalhando em um novo trabalho. Em que formato ele virá? Pode nos
adiantar alguma coisa?
Diego:
Sim, já estamos trabalhando em um material novo... Aliás, duas dessas músicas
novas já foram tocadas ao vivo no lançamento do nosso EP. Já temos bastantes
coisas pré-definidas sobre esse novo CD, um “conceito” estabelecido e o que virá
por trás dele. Só estamos esperando oficializar o nosso novo baterista para
poder dar continuidade ao trabalho que já começamos anteriormente com o Marcio.
Vamos lançar esse novo CD em formato físico, com encarte e tudo e se tudo de
certo, iremos relançar o “Eternal Rise” em um novo formato com algumas coisas
diferentes.
Pode
deixar uma mensagem.
Diego:
Bom, gostaria de agradecer pelo espaço e oportunidade de mostrar um pouco mais
o nosso trabalho. Também gostaria de agradecer a todas as pessoas envolvidas em
cada passo que damos e as pessoas que nos acompanham dentro e fora de São
Paulo, as bandas que já dividimos palco, produtores de evento que nos contratam
e acreditam no nosso trabalho e aos nossos fãs que fazem com que a gente
continue se empenhando para levar o melhor de nós para eles. Criar uma banda
não é uma tarefa fácil, mas manter ela na ativa é uma tarefa muito mais difícil
ainda. E gostaria de parabenizá-lo pelo trabalho feito com o Blog. Hoje em dia
é muito mais comum você ver pessoas criticando as outras bandas do que abrindo
espaço para elas e pessoas como você, fazem total diferença na cena. Isto é sim
a união headbanger! E quem quiser conhecer e saber mais sobre a HAZY, vou
deixar aqui alguns links:
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