Desde que deixou o
Tristania em 1999 e montou o Sirenia em 2001 Morten Veland engrenou uma
carreira prolífica e trouxe à tona seis trabalhos de estúdio que vão do médio
ao ótimo, mostrando certo equilíbrio e se confirmando como um dos principais
compositores naquilo que nos acostumamos chamar de Gothic Metal.
“Perils of the Deep Blue”
marca um certo retorno de Veland ao início do Sirenia e até mesmo do Tristania,
nas devidas proporções. Superior ao álbum anterior, o disco traz uma variação
maior de estilos, além de belíssimos arranjos e um lado sinfônico muito mais
evidente.
O trabalho de vozes
(coral) está sensacional, assim como as guitarras (principalmente nos solos),
além da vocalista Ailyn possuir um timbre bem particular que pode incomodar
alguns, mas manda muito bem. O belo exemplo fica para Seven Widows Deep, onde ela impressiona pelo alcance.
A variação de estilos é
em gêneros que se encaixam, tais como o próprio Gothic Metal (o mais evidente),
o Metal sinfônico (há uma grande pegada erudita) e até o Doom Metal dos tempos
de Tristania marcado na faixa Stille Kom
Doden. A faixa Ditt Endelikt,
cantada por Joakim Næss, inovou e caiu muito bem. Ainda se destaca Cold Caress.
A produção de Morten
Veland está sensacional, como já se pode imaginar. Um trabalho de alto gabarito
que pode não abalar as estruturas do Gothic Metal em geral, mas que faz com que
o estilo se mantenha em evidência e prova que ‘basta’ ser bom pra fazer a coisa
acontecer.
8,5
Vitor
Franceschini
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